O ciclo da Covid-19 será longo, com grandes perdas humanas,
prejuízos pesados à economia, mais desemprego e agravamento da pobreza.
O que temos de fazer agora é exigir que os governos gastem
o máximo em defesa das vidas, no fortalecimento do sistema público de saúde e
também na reorganização da nossa economia, durante e depois da pandemia.
Há cerca de um mês, o médico Ubiratan de Paula Santos, do
Hospital das Clínicas, concedeu entrevista ao Valor Econômico, na qual propunha
a chamada “reconversão industrial”, ou seja, que parte do nosso parque fabril
fosse reorganizado pra produzir equipamentos médicos, remédios e insumos
hospitalares.
Segundo o médico, estamos em meio a uma guerra, de duração
incerta. Portanto, precisamos de meios pra enfrentar essa guerra. E esses meios
viriam da reconversão da nossa produção para: a) Atender de pronto as demandas
geradas pela doença; b) Evitar que o Brasil dependa de importações desses
produtos e insumos.
O mundo já conhece essa experiência. Na Segunda Guerra,
Stálin reorientou a produção fabril soviética, pra enfrentar a invasão alemã.
Fábricas foram deslocadas ou passaram a produzir armamentos e artefatos a fim
de abastecer a linha de frente. Aqui, na guerra da pandemia, falta o básico ao
pessoal médico e demais profissionais. Por que não produzir respiradores,
ventiladores, remédios e ingredientes de testes?
Prefeituras, governos estaduais e governo federal poderiam
estimular a reconversão. Universidades e órgãos técnicos entrariam com o
suporte científico, programas de computação e de engenharia, garantindo
qualidade e eficiência às novas linhas de produção. Bancos forneceriam crédito
subsidiado. Enfim, se faria um amplo engajamento dos setores público e privado.
Ao final, além de atender às necessidades internas, o Brasil se firmaria como
um polo produtor e fornecedor de equipamentos médicos e insumos para a América
Latina. E geraríamos empregos.
Guarulhos - Nossa cidade pode
fazer isso? Pode, pois reunimos todas as condições, como um forte parque
industrial, mão-de-obra qualificada e logística, por meio de nossas rodovias e
um dos maiores aeroportos do mundo. Com isso também reduziríamos a ociosidade
das nossas fábricas, garantindo emprego e renda.
ISOLAMENTO - Quem assistiu ao Fantástico
domingo pôde constatar a situação calamitosa em vários Estados e Capitais, com
aumento de mortes e hospitais saturados. Sem falar na dor das famílias, que
sequer podem se despedir dos entes queridos. Frente a isso, a solução mais
razoável é o isolamento social.
DIA DO TRABALHO - O 1º
de Maio unificado deste ano será online, devido à pandemia. Importante não
deixarmos de manifestar nossas propostas e reivindicações. O que move o mundo é
o trabalho. E são os trabalhadores da saúde que estão salvando vidas e nos
dando esperanças. Viva o trabalho! Viva a classe trabalhadora!


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