quarta-feira, 16 de maio de 2018


Não aceitamos que afundem o Brasil!


O que estava ruim piorou. Os três primeiros meses deste ano registraram aumento no desemprego. As vagas criadas, na esmagadora maioria, são informais, ou seja, sem registro em Carteira, sem FGTS, Previdência ou garantias mínimas.

Um país não é feito só de indicadores sociais e econômicos. Mas esses indicadores nos possibilitam, sem dúvida, medir o grau de desenvolvimento e a qualidade concreta da vida dos seus habitantes.

Recentemente, a publicação de três indicadores aumentou a preocupação com a situação atual e também os rumos do Brasil. São eles: crescimento do desemprego por três meses seguidos; retorno do aumento na mortalidade infantil; e redução de 900 mil no número de brasileiros das Classes A e B.

São dados que mostram problemas graves, e generalizados, cuja solução vai demandar muito mais que medidas administrativas e sim uma mudança efetiva nos rumos políticos e econômicos do País. A dúvida é quem poderá comandar esse processo de mudanças e retomada, pois o governo atual não tem legitimidade e lhe falta um projeto consistente de retomada do desenvolvimento.

Entre os mais pobres, o desemprego significa, objetivamente, aumento no sacrifício das famílias, inclusive corte na própria alimentação. Para a classe média alta - A e B - o empobrecimento rebaixa o padrão de vida. Um dos efeitos apontados na pesquisa é a fuga dos planos de saúde, com cerca de 100 mil pessoas sem cobertura médica ou na dependência do SUS, que já está sobrecarregado e sem recursos públicos.

Quanto ao aumento na mortalidade infantil, os dados são clamorosos. A reportagem que deu manchete ao jornal Valor Econômico na segunda (14) mostra: na faixa de crianças entre um mês e quatro anos, o número de óbitos, em 2016, cresceu 11% frente ao ano de 2015. Esse aumento na mortalidade altera um ciclo de 13 anos em que a mortalidade infantil apresentava sucessivas quedas.

Desemprego - A principal causa para o sumiço dos empregos é a recessão econômica prolongada. Outra causa do problema está relacionada à nova lei trabalhista, pela qual Temer prometia gerar milhões de empregos, mas só abriu vagas precárias e informais, com salário médio que mal chega a 1,5 salário mínimo. Por fim, persiste o velho problema da falta de qualificação profissional, mesmo sabendo-se que as novas tecnologias (especialmente a indústria 4.0) exigem emprego qualificado. Como o governo pouco faz nessa área e o setor privado cobra caro pelo ensino técnico, nossa mão de obra perde qualidade e muitos trabalhadores são excluídos para o olho da rua.

O que eu defendo? Defendo que a sociedade, por meio de suas instituições, rompa o círculo da passividade, exija dos poderes uma política desenvolvimentista e utilize o poder do voto para fazer uma varredura na política nacional. Tudo será resolvido? Não. Mas é preciso que sejam dados passos efetivos nesse sentido.

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