quarta-feira, 4 de julho de 2018


É preciso reagir


Penso que não se pode chamar de democrático um país cuja classe dominante - seja no setor privado, seja dentro do Estado - esmague direitos trabalhistas, afronte garantias constitucionais e tente desmantelar a organização dos trabalhadores.

Mas é o que vem ocorrendo. O primeiro passo dado foi afastar a Presidente eleita. A partir disso, o Brasil, que já estava em crise, viu a situação piorar, com explosão do desemprego, aumento da informalidade e desdobramentos sociais graves, como o assassinato em massa de jovens, principalmente na periferia.

Mas não é só isso. A mídia e outros setores da elite estimularam o ódio e o Brasil viu uma direita raivosa se levantar, fato que não ocorria desde os anos 40 do século passado, com o movimento integralista, de caráter fascista. Esse clima de ódio tem contaminado a discussão política e aumentado a intolerância, o que é particularmente grave num ano de eleições.

Tudo isso estimulou o conservadorismo e o entreguismo. Nosso governo age hoje como se fosse um mero funcionário do grande capital. Michel Temer quer entregar tudo o que é dos brasileiros: petróleo, água, terra e estatais estratégicas, como a Eletrobras. O povo percebe esse movimento entreguista e aumenta seu grau de rejeição ao governo.

Rejeitar, criticar e enxergar a operação-desmanche em andamento é importante. Mas não basta. O povo brasileiro precisa reagir. E quando digo povo, não falo só de trabalhadores. Há um evidente empenho do governo em desnacionalizar a economia e condenar à morte nossa indústria. Sem indústria, não há empregos de qualidade; sem indústria, não há tecnologia; sem indústria, não há engenharia; sem indústria, por fim, não há soberania nacional.

Eu não tenho uma fórmula pronta pra resolver os problemas do País. Só sei que assim não pode continuar. Defendo que o sindicalismo e o setor produtivo se unam num projeto nacional de desenvolvimento. Defendo que as Centrais, Confederações e Sindicatos se articulem com os movimentos sociais e ocupem as ruas. Defendo que a mídia democrática e as entidades - OAB, CNBB, ABI e outras - façam uma campanha efetiva de valorização do voto, destacando seu caráter cívico e cidadão.

O Brasil tem tudo pra ser uma potência econômica e política, propiciando vida digna ao nosso povo. Mas querem nos reduzir à colônia que fomos na época do Império Português. É hora de reagir. Pense nisso. Reaja, com os meios legais e legítimos a seu alcance.

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